A queda nos juros no Brasil teve uma resposta clara no crédito imobiliário. Além de se mostrar resistente e ter uma recuperação após o choque da pandemia, o volume de imóveis financiados ultrapassa o nível dos anos anteriores.
Os dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito
Imobiliário e Poupança) mostram que o crédito imobiliário para pessoas
físicas aumentou 44% de janeiro a agosto deste ano, chegando a R$ 51,3
bilhões.
Fonte: Freepik
Outro fator que movimenta o mercado imobiliário são os compradores com perfil de investidor. Com a Selic baixa, os investimentos de renda fixa estão menos atrativos, tornando a alternativa de comprar imóveis e ganhar dinheiro com o aluguel mais interessante. Se comparada à rentabilidade da renda fixa, por exemplo, a ideia pode ser bem vantajosa.
A CrediPronto com o Banco Itaú, também sentiu uma movimentação positiva mesmo com a pandemia e isolamento social. Felipe Neira, Gerente de Treinamento e Desenvolvimento da CrediPronto, explica que a empresa estava preparada para o novo contexto de trabalho remoto e atendimento ao cliente.
“Um dos nossos diferenciais era o atendimento de qualidade mesmo à distância. O que a pandemia fez foi acelerar ainda mais essa característica”.
Os clientes também se adaptaram à nova realidade dos atendimentos por videochamada, e os resultados demonstram que a facilidade pode ter vindo para ficar. No mês de setembro, a empresa obteve um excelente índice no NPS (Net Promoter Score), métrica que mede o grau de satisfação do cliente com a empresa.
“Ficamos muito felizes porque a nossa meta é manter um ótimo NPS, que mostra se tudo está dando certo e se a estratégia está no caminho. O que nós priorizamos é o atendimento de qualidade, uma experiência completa e com agilidade.”
Queda na Selic e o aumento no volume de financiamentos
Um reflexo da taxa básica de juros no menor patamar histórico é tornar a compra do imóvel com financiamento acessível a mais famílias. Com a Selic a 2% ao ano, a taxa de juros do financiamento imobiliário também atingiu sua mínima histórica.
Um estudo da Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias) aponta que a cada ponto percentual de redução nos juros de financiamento, pelo menos 2,8 milhões de famílias passam a ter condições de contratar o crédito.
O cálculo considera as famílias elegíveis ao financiamento imobiliário ao reduzir o custo total da operação e o valor da parcela inicial.
“Quando abaixa a taxa de juros, o cliente precisa comprovar menos recursos para ter o crédito aprovado. Se antes ele precisava de R$10 mil reais para pedir R$350 mil de financiamento, hoje ele precisa comprovar R$8,5 ou R$9 mil”.
E para quem já tinha os recursos para a compra, a queda nos juros dos bancos aumentou o poder de compra. Agora cabem no bolso as parcelas de imóveis maiores e mais caros.
Alguns recursos disponíveis online, como a calculadora de potencial de compra e o simulador de financiamento, podem te ajudar a avaliar alternativas e fazer uma escolha inteligente.
A escolha entre financiar um imóvel ou morar de aluguel
Para muitos, a opção de morar de aluguel era considerada mais vantajosa em comparação a contrair uma dívida para comprar um imóvel de fato.
Entretanto, o cenário sofreu uma mudança com a pandemia. Os juros de financiamento nunca foram tão baixos e a inflação medida pelo IGP-M, que reajusta os contratos de aluguel, chegou ao maior patamar acumulado dos últimos 17 anos.
É claro, a escolha por alugar um imóvel ou comprar com financiamento imobiliário não pode ser tomada considerando apenas um fator. A escolha depende de cada família e de seus objetivos, mas não há dúvidas que o financiamento permite que ela realize o sonho com mais tranquilidade.
Com as condições atuais, o cliente tem condições de pagar parcelas até menores do que o valor do aluguel do mesmo imóvel, e ainda com a vantagem de estar aumentando o seu patrimônio.
Outro fator a considerar é o potencial de valorização do imóvel ao longo do tempo. Se ele superar a rentabilidade das aplicações do mercado financeiro, comprar torna-se ainda mais interessante.
Em caso de dúvidas de qual opção é a melhor para você, simule o valor das prestações do financiamento e compare com o que gastaria pagando o aluguel.
Compradores preferem o financiamento imobiliário ao invés do pagamento à vista
Se antes os compradores davam prioridade para quitar o imóvel à vista, alguns já estão preferindo deixar o dinheiro guardado para emergências e optando pelo financiamento.
“A pessoa tem a oportunidade de não se descapitalizar, porque uma vez que ela compra o imóvel à vista e precisa reaver o dinheiro, talvez demore um tempo”, comenta Felipe.
Na grande maioria dos casos, o cliente faz o prazo máximo de financiamento, mas sempre pode entrar com recursos próprios para quitar antes do planejado. Em muitos casos, a quitação acontece em menos de 10 anos.
Com os processos mais estruturados e menos burocráticos, o comportamento dos consumidores também mudou. Se o cliente compra e depois de alguns anos vê uma oportunidade melhor, ele vende e pode comprar outro.
Fonte: Lopes | Dezembro 2020
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