Mourão foi o primeiro convidado de uma série de encontros que a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) irá realizar para discutir o protagonismo do setor no pós-pandemia. Para o presidente da entidade, José Carlos Martins, a ideia é debater como a construção civil pode contribuir com a retomada, uma vez que o setor impacta diretamente outros 97 segmentos da economia, além de empregar dois milhões de trabalhadores com carteira assinada.
“Os indicadores econômicos têm mostrado sinais de recuperação no setor e a nossa expectativa é que a construção civil possa puxar a retomada do crescimento. Não vejo outro setor com tamanha capacidade de dar resposta imediata”, afirmou Martins.
Questionado sobre os principais pontos do programa Pró-Brasil, anunciado recentemente pelo governo federal, o vice-presidente afirmou que o Brasil tem não uma via, mas uma avenida de acesso para crescer.
“Selecionamos projetos que serão tocados com investimento público no valor total de R$ 25 bilhões a R$ 27 bilhões. Está bem factível e haverá uma janela de oportunidade muito grande para o setor da construção quando o plano for apresentado, em agosto”, explicou.
O presidente da CBIC defendeu que o governo investisse em um novo modelo de projetos, priorizando uma maior quantidade de obras menores em vez de poucos projetos de concessão gigantescos.
“Precisamos instaurar uma estratégia de construção e sustentabilidade dentro do governo, de forma a fazer mais com o mesmo volume de recursos”, disse.
Mourão concordou com a sugestão da CBIC, indicando que o governo tem um bom valor para dividir entre obras pulverizados por todo o país.
“O Pró-Brasil veio para ajustar o planejamento de obras e diminuir a desigualdade entre os estados. A metodologia utilizada nessa questão do progresso e que afeta a área da CBIC está sendo levada em consideração e caminhando em paralelo ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Esse programa é um portfólio maior, que deve atrair parcerias privadas e vai ter que contratar as empresas ligadas à CBIC para efetivar as obras”, explicou.
Ao responder uma pergunta sobre reforma administrativa, Mourão disse que a proposta já estava pronta para ser apresentada e teve que ser paralisada em função da pandemia do novo coronavírus.
“Assim que possível a reforma vai voltar à pauta no Congresso. Ela não resolve nosso problema de curto prazo, pois temos um Estado inchado, mas é absolutamente necessária. Vamos atuar em todas as vertentes possíveis para salvar a maior parte de recursos que hoje são mal utilizados e transformá-los em investimentos”, frisou.
Questionando sobre a possibilidade de utilização de recursos dos fundos constitucionais para investimentos em infraestrutura social e saneamento, Mourão afirmou que recursos próprios para esses fins poderiam ser empenhados em programas de construção de moradias, por exemplo.
“Vejo que construir moradias dignas é uma linha de ação extremamente viável, e a construção civil tem um papel fundamental para prover habitações e obras de infraestrutura no Norte e no Nordeste”, indicou.
Sobre o legado que o governo Bolsonaro-Mourão pensa em deixar ao final de 2022, o vice-presidente reforçou o compromisso do governo com a moralização da política e a recuperação dos pilares da produtividade e equilíbrio fiscal.
“Fomos eleitos com essa visão e seguimos trabalhando para isso. Apesar da pandemia ter atrapalhado um pouco nosso cronograma, vamos entregar um país com harmonia e entendimento entre os três Poderes e todos entes federados”, disse.
Fonte: CBIC / Julho 2020
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