quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Mercado está aquecido para realização do sonho da casa própria

Redução dos juros, expansão do crédito e perda da atratividade nas aplicações financeiras provocam um aumento na procura por imóveis. Demanda, no entanto, tende a ser maior que a oferta, avaliam corretores e empresários do setor. 

O mercado está aquecido e a hora é apropriada para a realização do sonho da casa própria, para quem ainda paga aluguel, ou para a troca do imóvel atual por um maior, ou ainda para investir no setor — já que as aplicações financeiras tradicionais começam a ficar pouco atrativas.
Fonte: Freepik

 O incentivo ao movimento dos consumidores, de acordo com especialistas, é porque inflação e juros estão baixos, e o crédito imobiliário vem se expandindo. Mas como o estoque disponível é pequeno, a demanda tende a ser maior que a oferta. A pressão vai fazer os preços ficarem mais salgados. Portanto, quem estava esperando uma oportunidade, deve aproveitar enquanto é tempo, aconselham.

“Nunca tivemos um momento tão oportuno para comprar imóvel. Os estoques estão próximos a zero. Temos lançamentos. As construções que ficarão prontas daqui a um ano, já estão com 50% das unidades vendidas”, afirma Wilson Charles Oliveira, diretor comercial da Construtora Emplavi, especializada em imóveis de alto padrão. O ano de 2018, segundo ele, foi muito bom para a empresa. Mas em 2019, até setembro, já vendeu 20% de unidades a mais — com alta de semelhante percentual no faturamento. Ele prevê que esse “ciclo de desenvolvimento” vai também movimentar o mercado de usados, na mesma proporção. “As portas estão abertas para a negociação”, afirma Oliveira.

De acordo com o diretor da Emplavi, os investidores também devem estar atentos. Em Brasília, o metro quadrado no bairro Noroeste está em média em R$ 12 mil. No Plano Piloto, varia entre R$ 8 mil a R$ 12 mil. 
“Tanto a caderneta de poupança quanto fundos de investimento e as ações na bolsa tendem a reduzir o retorno. A opção é mudar para um bem seguro, de raiz. Mas lembre-se de que será difícil, daqui a alguns meses, encontrar esses valores”, aconselha. Pedro Ávila, diretor comercial da PaulOOctávio Construtora, ressalta que, na Bolsa de Valores de São Paulo, desde janeiro, os fundos imobiliários já captaram aproximadamente R$ 4,4 bilhões. “Sinal de que os investidores acreditam no mercado. O ano de 2020 será de muitos negócios”, prevê.

Nos cálculos de Ávila, quem compra um imóvel, por exemplo, por R$ 1 milhão terá retorno de 0,3% ou 0,4% ao mês se alugar por R$ 4 mil, cerca de 6% ao ano. Ele também aconselha rapidez na análise de compra da casa própria e dos investimentos. 
“Nosso produto é de construção de longo prazo. Demora cerca de seis a sete anos. Em Brasília, temos 2.708 imóveis, sendo que 73,4% estão em construção e somente 26,6% estão prontos. No início do ano, essa comparação empatava em 50%. Mas com a taxa básica de juros (Selic) em 5%, com tendência a chegar a 4,5% em dezembro, inflação de 2,54%, em 12 meses, e dólar próximo aos R$ 4, tudo mudou. Estamos otimistas. O crescimento é sustentável”, garante.

Mais empregos
Dilton Junqueira, diretor-geral da Brasal Incorporadora, conta que vendas e faturamento cresceram 25% em 2019, em comparação com o ano passado. 
“A alta vem sendo gradual. Em 10 ou 12 meses, nosso estoque praticamente chega ao fim. Aí, vamos ter que aguardar os lançamentos. A tendência é o preço subir”, reitera. Ele ressalta que, além da alta nas vendas dos imóveis residenciais e comerciais, o que deve ser observado com lupa é o comportamento dos investidores. “Começaram a diversificar. Estão se concentrando menos no mercado financeiro. Isso é bom, porque o dinheiro tem que vir mesmo para a produção.”

Junqueira, no entanto, está de olho no crescimento econômico. 
“Ele só virá de forma sustentável com o emprego. É o emprego que gera renda e acesso ao banco e ao crédito. As pessoas precisam de dinheiro para comprar. Por isso, as reformas são importantes para facilitar a liberação de verbas para o setor produtivo abrir vagas”, alerta.

O presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira, opina que as perspectivas para o mercado imobiliário são realmente boas. Na capital, de janeiro a setembro de 2019, houve alta de 66% nos lançamentos (25 empreendimentos) em relação a todo o ano de 2018 (15). Além disso, nos nove primeiros meses, a média do Índice de Velocidade de Vendas (IVV) de imóveis residenciais foi de 7,6%. “Somente em setembro, o índice foi de 7,5%, o melhor desempenho para o mês, desde 2015”, revela. O setor leva em conta que um IVV na casa dos 5% representa uma velocidade adequada para a venda de um empreendimento. “É bom ver que o imóvel voltou a ser um investimento”, diz.

No entanto, de acordo com Aroeira, o boom de vendas que ocorreu em 2010 e 2011 não deve se repetir. “Naquela época, o mercado não estava preparado. Houve uma movimentação atípica que, na verdade, não foi de todo positiva. Agora, a atividade vai aumentando de tamanho gradativamente e de acordo com o desempenho da economia”, conta. Ele diz que, entre as várias informações do mercado imobiliário do DF, a pesquisa do IVV aponta a variação do preço médio por metro quadrado em cada região. Em setembro, a Asa Norte registrou o maior valor de oferta: R$ 13.940,50; o mais baixo foi em Santa Maria: R$ 2.941,99.

Os bancos públicos colaboraram bastante para o sucesso do mercado imobiliário, com a oferta de taxas competitivas de financiamento, aponta Pedro Ávila, diretor comercial da PaulOOctávio Construtora. “A Caixa, por exemplo, já começou a oferecer crédito com base na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas.” O IPCA mede, mensalmente, o custo de vida de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, de acordo com cálculo do IBGE. Nos acumulado do ano até setembro de 2019, ficou em 2,49%, e em 2,54% em 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, famílias com rendimentos de um a cinco mínimos) teve a variação acumulada no ano, até setembro, maior que o IPCA: ficou em 2,63%. Nos últimos 12 meses, em 2,92%.

Incentivo
“A importância da correção do crédito pelo IPCA é grande, porque, além de reduzir o valor da mensalidade, está abaixo do INPC, que corrige a maioria dos salários. Isso faz com que, com o tempo, as pessoas não percam a capacidade de bancar as prestações da casa própria. É um incentivo a mais e uma boa estratégia para a queda da inadimplência”, lembra Ávila.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou, em setembro, que o banco já havia liberado R$ 200 milhões nesta modalidade de crédito imobiliário em menos de um mês. A instituição recebeu 2,5 milhões de simulações, aprovou R$ 5 bilhões em financiamentos e R$ 600 milhões estavam na esteira de contratação. O perfil da demanda dos clientes, conforme Guimarães, são imóveis com valor entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. “É o perfil da Caixa. A redução da mensalidade, de 30% a 40%, tem impacto muito grande justamente naquela população do faixa quatro do Minha Casa Minha Vida, que estava buscando uma alternativa e não tinha.”

Hellen Cristina, 42 anos, é corretora de imóveis. Conta que a procura por apartamentos para compra vem aumentando. “Para se ter uma ideia, fizemos um evento no fim de semana passado e tivemos cerca de 300 visitas dos clientes. Normalmente, recebíamos entre 150 e 200. A mudança nas taxas de juros realmente ajudou o mercado imobiliário”, confirma. Na construtora onde trabalha, quase todos os clientes optam por financiamento bancário. “A taxa de juros está ficando bem interessante. Os clientes estão seguros dela.”

Fonte: Estadão / Novembro 2019

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