Destaquei em minha apresentação, os seguintes pontos: a verticalização como fator inevitável ao desenvolvimento das cidades, no entanto, buscando uma forma mais ordenada e com controle sobre a densidade; As comunidades planejadas, novo conceito para os bairros planejados, cujas áreas são organizadas de forma a garantir uma ocupação inteligente e sustentável dos espaços urbanos; e por último, o diálogo entre as iniciativas pública e a privada, destacando que devemos deixar de lado as indiferenças de pensamentos e as acusações mútuas para que as ações de desenvolvimento das áreas urbanas, e mesmo a cidade, possam ser alinhadas para o bem coletivo. Ainda, no final de minha participação, convergi os três pontos para um conceito que vem crescendo em todo o mundo, que são as “smart cities”, ou cidades inteligentes, onde há um maior envolvimento no desenvolvimento sustentável destes locais, tendo como grande propulsora dessa dinâmica, a tecnologia e as relações urbanas.
Mas concluída as apresentações e abordagens dos demais profissionais envolvidos na mesa redonda, como a amiga e arquiteta Sarah França, percebi que devo entender melhor as relações entre a cidade através do diálogo, seja com outros profissionais da área, com as entidades de ensino, públicas, empresas e a sociedade em geral. O diálogo surgiu como ponto de reflexão e análise quando do entendimento das relações urbanas. Mas pude ir além, já que é possível identificar que alguns empreendimentos, projetos e construtores, não dialogam com a cidade, com o mercado e até mesmo, com os seus clientes. Parei para me questionar quanto aos empreendimentos que não vendem, que não são bem aceitos pelo público. Será que eles não têm algo para aprendermos? Como podemos entender melhor o diálogo junto ao mercado? E através do cliente?
Bem verdade que o diálogo deveria estar presente em todas as relações, sejam pessoais ou não. Remeto a diversas ocasiões que dúvidas, esclarecimentos e até discussões fervorosas, poderiam ser resolvidas antecipadamente com um simples diálogo. Ressalto que esta abertura comunicacional é a pura manifestação de ideias, uma troca de impressões e entendimentos, mesmo que não gerem um resultado único, mas permitindo um entendimento das partes envolvidas. E assim, reforço minhas indagações do porquê não dialogarmos mais com o mercado e seus envolvidos. Tenho certeza que os produtos imobiliários mais bem aceitos pelos clientes, são resultado da transmissão mais clara em atender desejos e anseios dos seus compradores, ou seja, houve uma boa troca de ideia entre demanda e oferta.
Em tempo de crise, de incertezas e questionamentos, a troca de informações do mercado deverá ser uma excelente forma de evolução para todos, desde que possamos identificar o que se pretende dizer. Enfim, é conversando que a gente se entende. Por isso, o intercâmbio proporcionado junto aos acadêmicos, professores e colegas durante esta Jornada de Arquitetura em 2015 trouxe troca, ideias, compartilhamento de conhecimento e claro, um maior amadurecimento entre os presentes. Agradeço publicamente através deste espaço, a iniciativa da Universidade Tiradentes e o convite feito a este arquiteto para participar do sublime momento.
Arquiteto e Urbanista
Especialista em Gestão Urbana e Ambiental
CAU - RN: A39243-0
Matéria publicada originalmente no jornal Cinform no dia 16/11/2015, também disponível no site da IMMOBILE Arquitetura
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