sexta-feira, 25 de abril de 2014

Mercado Imobiliário

08:00:00

Por anos a construção civil e o desenvolvimento de empreendimentos, foi dominada pela iniciativa pública, onde as cidades brasileiras surgiam e cresciam impulsionadas pelos conjuntos habitacionais, pela criação das edificações públicas, pelos polos industriais, além das grandes obras de infraestrutura. E justamente devido a todas as intervenções públicas que o urbanismo e a arquitetura, de forma macro, surgiam das pranchetas do Estado, ou quando não, eram direcionadas por ele. É fato que, vimos surgir inúmeras obras e intervenções extremamente importantes para o país, levando-se em conta a estética, discursos e ideologias políticas, e ainda, a demonstração desta força política perante a sociedade. Obras como a própria capital nacional, Brasília, são exemplos práticos de que a arquitetura e o urbanismo andavam junto ao poderio político.

Deixando para uma nova discussão as relações acadêmicas e teóricas, vê-se que apesar da força política ainda merecer destaque junto ao desenvolvimento urbano e arquitetônico nacional, hoje, ainda mais impulsionada pela lei de licitações e a corrupção que assombra as obras públicas, todo o desenvolvimento das cidades e até sua criação estão diretamente ligadas a iniciativa privada, ao poderio econômico do mercado imobiliário e industrial. O Estado passa a perder força e a iniciativa privada passa a atender as demandas da população quanto ao crescimento das cidades, envolvendo as necessidades da população para com o crescimento imobiliário, seja com o desenvolvimento de pequenos condomínios e edifícios residenciais, seja com o desenvolvimento de bairros planejados que contemplam estas mais variadas demandas da população.

Tais afirmativas nos leva a crer que, hoje, o mercado imobiliário, ou ainda, a construção civil assumiu de forma contundente o desenvolvimento do pais. Assim, será que não é hora de deixarmos de questionar previamente as ações do mercado imobiliário, de prejulgarmos suas intervenções e compreendermos que o país seguirá seu rumo orientado pelas suas decisões. Indo além, acredito que arquitetos e urbanistas, idealistas ou não, devem aproximar-se cada vez mais do mercado imobiliário, passando a entender e envolver-se com todo o processo. Devendo estar mais abertos as intervenções da iniciativa privada, os arquitetos passariam a observar como analista e não simplesmente com críticas destrutivas. E por outro lado, as incorporadoras e construtoras devem entender que de forma mais ampla, os arquitetos e urbanistas atendem o empreendimento em toda a sua vida, da sua idealização a sua ocupação.

Enfim, apenas deixo o questionamento em aberto para suscitar novos pensamentos. Será que o mercado imobiliário será o mesmo com o maior envolvimento dos arquitetos e urbanistas.

Autor:  Expedito Júnior
            Arquiteto e Urbanista
            Especialista em Gestão Urbana e Ambiental
            CAU - RN: A39243-0        
           

Matéria publicada originalmente no correio de Sergipe no dia 25/04/2014, também disponível no site da IMMOBILE Arquitetura

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Urbanismo para Negócios

08:00:00

Até a década passada era visivelmente possível dizer onde se acabava uma especialidade e se iniciava outra. Essas fronteiras estão ganhando poros e se interconectando cada vez mais em diversas áreas econômicas e sociais. No mercado imobiliário, construção civil e desenvolvimento urbano não poderia ser diferente. Todo o ciclo de um empreendimento imobiliário tal como a busca por um terreno, o desenvolvimento do projeto de arquitetura, o projeto de engenharia, a construção da obra e a comercialização eram fases lideradas por especialistas que praticamente não precisavam entender das outras fases do processo.

Por outro lado, atualmente os brasileiros passaram a entender um pouco mais do mercado imobiliário, já que a busca intensa em adquirir um imóvel fez com que muitos enxergassem questões desconhecidas como valorização imobiliária, investimento com rentabilidade, corretagem, patrimônio de afetação e outras especificidades.

Esse cenário fez com que os líderes do mercado imobiliário tivessem que buscar novas estratégias para atender as necessidades atuais dessa nova geração de clientes. Para isso, primeiramente esses líderes tiveram que entender muito mais sobre os seus próprios processos, para então tentar entender mais dos processos de seus concorrentes.

Portanto, olhar para dentro não foi o suficiente. Como o cliente final possui muito mais informação, ele busca entender também como todo o empreendimento conversa com o espaço ao seu redor. Se está em harmonia com ele ou se é visto como algo destoante. Saber se terá que acordar uma hora mais cedo, pois o trânsito na região é intenso, se demorará mais que trinta minutos para chegar ao seu trabalho ou que não terá um parque próximo para passear com sua família. Tudo isso faz parte de todo processo de decisão para atingir a sua compra.

Nesse cenário onde as áreas internas e externas são cada vez mais interligadas, onde entidades precisam se entender e trabalhar juntas. É preciso interfaces que tenham conhecimento suficiente do todo, ou estejam assessorados por parceiros de confiança e que possuam conhecimento profundo dos processos imobiliários. Para essas interfaces, o conhecimento necessário não é apenas de arquitetura, engenharia, viabilidade econômica, busca de terreno, etc. O conhecimento necessário deverá interligar com o URBANISMO.


Urbanismo é uma atividade técnica relacionada com o estudo, regulamentação, controle e planejamento de espaços ou mais profundamente, qualquer intervenção e adequação em espaços, de forma a criar relações entre edificações e ambientes. Uma propriedade rural quando transformada em loteamento de chácaras, sofreu intervenções urbanas com sua criação, a conceituação do próprio empreendimento, seu sistema viário, sua disposição espacial e acima de tudo, sua nova relação com o ambiente.

Autor:  Expedito Júnior
            Arquiteto e Urbanista
            Especialista em Gestão Urbana e Ambiental
            CAU - RN: A39243-0        
           

Matéria publicada originalmente no correio de Sergipe no dia 10/04/2014, também disponível no site da IMMOBILE Arquitetura


Sobre a

IMMOBILE Arquitetura

Ela foi idealizada em 2008 pelo arquiteto e urbanista Expedito Junior, com o objetivo de criar e implementar projetos de alta performance e profundidade técnica, executados para atingir os melhores índices de rentabilidade de acordo com a individualidade de cada empreendimento e negócio. Constituída por uma equipe de profissionais que possuem diferentes visões de mercado, procuramos manter um relacionamento estreito com os investidores, construtores e principalmente possibilitando a maior eficiência e agilidade nos processos de criação, regularização e entrega.




Assine Nosso Feed

Assine a nossa newsletter para receber as últimas notícias do blog diretamente em seu E-mail. Fique tranquilo, também não gostamos de SPAM

Você também pode gostar